Ford Ranger Limited V6 mostra que é uma safra nova na terra do vinho

A nova geração da picape média tem estilo de F-150 e tecnologias de carro de passeio de luxo; com os opcionais, valor da versão Limited chega a R$ 340 mil

Uma picape média pode durar muito mais tempo no mercado do que um carro. A vida útil mais ampla permite aproveitar cada gota do potencial de cada utilitário, é só ver o movimento de reestilização vivido pela VW Amarok e Chevrolet S10, ambas marcadas para terem facelifts, a despeito de terem gerações inteiramente novas. A Ford Ranger vai no sentido contrário. A geração anterior teve um bom tempo de vida, estamos falando de um modelo que foi lançado originalmente em 2012. E a nova promete render outros tantos anos, com a vantagem de chegar em uma geração inédita.

Pular de uma geração para outra pode significar um salto olímpico para muitos carros, não é diferente com a picape da marca norte-americana. A começar pelo estilo. Com cara de F-150, o utilitário ficou mais à americana do que nunca, nada mais justo. Grade projetada como um bisão das planícies, capô elevado como o Monte Rushmore e grandes faróis de LED estilo Times Square fazem dela um símbolo do espírito daquele país. Tudo muito chamativo, afinal, é um dos pontos de argumento para o carro testado custar R$ 340 mil.

Um motorzão também faz parte do imaginário americano desde sempre. A Ranger não deixa a desejar neste aspecto, abandonando o antigo cinco cilindros 3.2 para adotar um novo V6 3.0 biturbo de 250 cv e 61,2 kgfm a 1.750 giros, contra 200 cv a 3.000 rpm e 47,9 kgfm a 1.750 rpm do antecessor. Por sua vez, o câmbio automático de seis marchas foi trocado por um de dez velocidades, uma versão adaptada da mesma transmissão usada pelo Mustang. Tirou onda.

Outra novidade é o novo 2.0 turbo, opção que só equipa as Rangers de entrada. O quatro cilindros já é usado na Transit e gera 170 cv e 41,3 kgfm, podendo vir com caixa manual ou automática, ambas de seis velocidades. Embora seja menos forte, ele tem a vantagem de fazer 10 km/l de diesel na cidade e 11,5 km/l na estrada, sendo bem mais econômico do que os 8,9 km/l e 10,2 km/l do V6. Que seja, o seis cilindros ainda consegue chegar a 816 km de autonomia nas rodovias, o suficiente para se embrenhar em trilhas e não ter medo de pane seca. Ou precisar parar apenas para se esticar.