Perfil com Ana Carolina Medeiros
Cheguei às nove horas de uma quarta-feira para entrevistar Ana Carolina Medeiros, uma jovem executiva do Grupo Taguatur. Descobri na nossa conversa que chamá-la de proprietária das empresas que dirige não faz seu estilo. Logo de cara me surpreendo com o tamanho da sala de trabalho e também sempre de porta aberta. Sou ruim de noção de espaço, mas deve ter no máximo 9 metros quadrados. Um tamanho pequeno, para uma pessoa de grande poder e capacidade, mas a sala traduz um pouco da simplicidade dela, a menina que cresceu em uma família de empreendedores, porém que nunca deixou de ser simples e trabalhar todos os dias para conquistar seu espaço.
Na sua mesa tinha celular que vira e mexe tocava; normal para quem entrevista alguém com grandes responsabilidades, um computador (mas no meio da conversa me tira um segundo notebook) e na cadeira ao lado, sua bolsa.
De repente sou surpreendido por uma jovem que entra na sala e me oferece um café, e Ana me apresenta Izabela, 19 anos, que é sua filha e, assim com ela, já trabalha em uma das empresas do Grupo.
Isso mesmo, como sua filha, Ana começou na empresa da família com 12 anos de idade, com carteira assinada e fazia de tudo um pouco. Para ela foi importante este início, pois marcou sua carreira de forma fundamental. Ela é formada em Ciências Contábeis e Direito e Pós-Graduada em Gestão Empresarial.
Uma feliz coincidência foi entrevistar Ana Carolina no dia do aniversário do seu pai José Medeiros, que fazia 80 anos. Sr. Medeiros é a grande referência para ela como homem, pai e empresário.
Graças à visão do seu pai em educar seus filhos como pessoas que precisam buscar seu espaço e não achar que devem descer de paraquedas na empresa da família, que hoje ela dá valor a cada conquista realizada.
Ana tem muita energia e fico imaginando o sacrifício que foi ficar sentada, conversando comigo e tendo tantas coisas a fazer. É muita energia! Você é capaz de encontrá-la pela manhã tomando café em um evento empresarial e descobrir que terminou à noite passada em outro evento também ligado ao trabalho, e claro no meio disso tudo ela foi mãe, esposa, filha e executiva.
Sua liderança é natural e marcada pelo seu exemplo. Tem o poder de decidir e até decidi, mas antes ela passa pelas pessoas que serão de alguma forma afetada por sua decisão. O poder até pode emanar dela, mas sua decisão vem de muita discussão com seus grupos de trabalho e familiar.
Além de ser uma executiva do Grupo, ela faz parte de diversas entidades do ramo que as empresas que ela dirige faz parte. Presidente do Conselho Curador do São Luís Convention Bureau, ela acredita que o novo empresário não sabe tudo e que muitas vezes a resposta está em um funcionário e claro no seu cliente. Não tem ídolo como um grande empresário, pois todas as vezes que se espelha em um, logo ele aparecia fazendo algo errado. Desistiu.
Mesmo com toda essa personalidade forte, dentro dela existe uma “menina” que, quando provocada, abre um sorriso, é brincalhona e se deixa viajar no tempo. Ah, viajar faz parte desta aventureira que adora descobrir novos lugares e que muitas vezes quando chega a um novo país já leu tudo sobre ele, e isso mostra o quanto de energia e vontade de buscar o saber faz parte da sua vida.
A “menina” Ana se lembrou do tempo que brincava com seu pai, jogava peão, vôlei, queimado, andava de bicicleta e outras coisas que precisavam de sua energia. Ela até brincava de boneca, mas os jogos que necessitavam de mais disputa ela se interessava ainda mais.
Ana Carolina é um pouco saudosista e imediatamente a minha pergunta sobre o que tinha saudade ela respondeu direto: “tenho saudade do período do Colégio Marista, das brincadeiras e da amizade que até hoje mantenho”.
Apesar de dizer que não, eu a acredito que ela também tem um lado bem romântico, pois de todas as cidades que visitou, e olha que foram muitas neste mundo, se encantou pela cidade de nome complicado de escrever e pronunciar, Dubrovnik na Croácia.
Dentro da cidade existe outra em estilo Castelo e que funciona de forma normal a qualquer outra, tem Prefeitura e tudo independente. Algo que chamou a atenção de Ana é que, quando chega à noite, um portão é fechado como se a cidade fosse uma casa ou uma loja que ao final do dia fechou para só abrir amanhã. É ou não é um conto de fadas? Algo bem romântico que marcou Ana. Não acha?
Quando pergunto sobre filme ela me diz que gosta de desenho animado, mas deixa claro que são filmes animados. Você que convive com ela sabia disso? Dois filmes que ela gostou, fora da animação, foram O Guarda Costa e Dança com Lobos, todos com Kevin Costin, mas não tem nada a ver com o ator.
Talvez Dança com Lobos atraiu Ana pela história de um homem que aprendeu a viver em uma tribo e a se relacionar com uma cultura diferente da sua. Ana vive em várias “tribos” durante o seu dia e precisa conviver com todas em harmonia e isso ela faz muito bem.
Católica Apostólica Romana tem uma fé inabalável e todo ano reacende sua fé indo ao Santuário de Fátima. Para ela é a sua Santa de devoção em virtude de ser uma das designações atribuídas à Virgem Maria. Para ela, a mãe é tudo, e sua mãe Luzia Dias é sua força nas horas de atribulação, por isso sua identificação com Nossa Senhora de Fátima.
Seu jeito simples me chama a atenção. Percebo que ela tem seu lado focado no ser, no ser humano acima de tudo e não no ter. Adora um feijão com arroz, reunião com sua família, seus amigos e sempre que pode com seus irmãos.
Amor sem escala de Walter Kirn é um livro que gostou muito e que conta a história de um executivo que viaja muito e que precisa tomar decisões que afetam a vida de outras pessoas de forma direta e também a sua obsessão de acumular milhas viajadas. Ela vive tomando decisões e, se viajar é preciso, lá vai ela, além de ter uma obsessão pela justiça.
Outro livro é o Diário de uma Paixão de Nicholas Sparks, um livro lindo que ela disse para mim. A história começa no início de outubro de 1946 quando dois jovens, Noah Calhoun e Allie Nelson, se conhecem e ficam apaixonados perdidamente. Tudo parece perfeito, quando a família de Allie a impede de continuar a vê-lo devido a enorme diferença de classe social entre os jovens. Allie e Noah lutam para levar uma vida normal, mesmo estando distantes. Até que um artigo de jornal muda tudo e reacende um amor há 14 anos adormecido. Olha só o romantismo aparecendo novamente.
Falar de Ana em poucas linhas pode ter sido um pouco de pretensão da minha parte, mas eu apenas tentei mostrar um pouco dela.
Aqui está um pouco de Ana Carolina Medeiros, a executiva que veio ao mundo para vencer, liderar e influenciar a vida das pessoas.
Tem um pouco da filha do seu José Medeiros e que não esquece o jogo de peão que brincava com ele e a base sólida que construiu ao seu lado de seriedade na sua vida. Tem também da filha da dona Luzia que mostrou a ela a importância de ser mãe.
Tem um pouco da amiga para todas as horas, que quando solicitada está pronta a ajudar. Da mulher que não esquece as suas amigas do passado e dos bons tempos que conviveram juntas.