Foto Digital com Mônica Moreira Lima “…Os homens que amei (três ao todo) me deram 3 coisas: chifre, porrada e despesa…”

05 de maio 2012

Atualizado em 23/052019

Luiz Almeida – Mônica é jornalista, radialista, escritora e tudo mais que a comunicação tem para oferecer e ela quiser fazer. Mãe dedicada  divide seu tempo entre seu trabalho e seus filhos: suas grandes paixões. Nada demais, quantas mulheres não são assim? Mas, ela tem algo que a torna especial, que mexe com as pessoas e faz o imaginário dos homens entrar em crise e as mulheres enlouquecerem.

Ela quando fala de relacionamentos não mede palavras e diz de forma direta tudo o que pensa sobre o assunto. Neste texto e do meu jeito de escrever tento mostrar um pouco desta mulher e o momento que ela vive. Nossa Foto Digital desta semana é Mônica Moreira Lima.

Reencontrei Mônica no mundo virtual, pois conheço como profissional há 19 anos, quando mudava meu Orkut encontrei num daqueles convites que o site coloca sugerindo novos amigos o Orkut dela. Resolvi fazer o convite e ela aceitou ser minha amiga virtual. Deixei um recado antes de viajar  que gostaria de fazer um perfil do meu estilo com ela.

Na volta reforcei o convite e foi aceito. Lendo o “Quem sou eu” no  site de relacionamento dela li algo muito interessante e me fez querer ainda mais entrevista-lá.  “…Os homens que amei (três ao todo) me deram 3 coisas: chifre, porrada e despesa…” Genial!

Comentei com algumas pessoas que iria entrevista-lá e foi muito engraçada a reação delas:  “Aquela louca”, “ela é doida”   e mais me dava vontade de conversar com ela. Já notou como o ser humano tem uma necessidade de rotular as pessoas que falam o que pensam como loucos. Erasmo de Rotterdam uma figura marcante do Renascimento dizia. “A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos.” Depois da nossa conversa vi nela muita coerência e praticidade, claro que tudo tem um preço a pagar e ela não tem medo disso.

Chego para minha entrevista na TV Maranhense que reproduz a Bandeirantes em São Luís e sou conduzido ao estúdio onde ela gravava o seu programa, que vai ao ar todo dia, das 6:30h às 7:00h.

Lá encontro ela sentada com seu entrevistado, vestida de forma profissional e muito elegante. De longe olhava o jeito tranqüilo na sua fala, de forma suave e segura conduzia o entrevistado.

No final fomos para a redação de jornalismo fazer a entrevista. Com ela não tem frescura de sala fechada, pois o que ela teria que falar não seria nenhuma novidade e nem faz segredo das suas posições e convicções. Na frente de todos nossa conversa aconteceu entre momentos de fala manso e de aumentar o tom de voz.

Mônica começou a trabalhar aos 17 anos, na Rádio Universidade logo que entrou para o curso de comunicação, houve uma seleção para a Rádio e ela foi logo aprovada.

Sua escolha por comunicação foi algo natural, pois desde criança, principalmente  no Colégio Marista  tudo que tinha uma ligação com escrever, apresentar, ou seja, tudo que tinha um palco era Mônica a escolhida e sem nenhum medo ela assumia este lado de estrela que tem. Como já gostava de um holofote.

Ela naturalmente entrou no mundo do jornalismo. Como muita facilidade, nada foi problema na sua profissão. Quando apareceu no vídeo como apresentadora foi de um teste de estúdio para ir ao ar no mesmo dia e isso não é nada fácil para quem inicia na carreira nesta área.

Começou a ser conhecida em São Luís, profissional que já mostrava seu talento e acima de tudo começava a impor seu estilo. Sua beleza nunca ofuscou sua competência, pois muita culta conseguia mostrar que atrás de um rostinho bonito pode sim ter uma mulher capaz e isso ela sempre mostrou.

Em 1995 uma nova Mônica se apresentava à cidade, ao Brasil e talvez até mesmo para muitos que viviam ao lado dela e que até podiam imaginar tal atitude, mas não que ela faria mesmo.

Num texto no quadro Ponto de Vista, da Revista Veja, que hoje ainda é, porém na época  era muito mais forte em circulação. Ela publicou um artigo com o título “Ex-mulher virou profissão.

Falava sobre a prisão do seu marido na época que estava desempregado e que foi pedida pela ex-esposa, por falta de pagamento de pensão alimentícia e um valor exorbitante. Mesmo a ex-esposa  não precisando e sabendo da situação que o pai dos filhos dela estava passando sem emprego naquele momento. Para Mônica foi por puro egoísmo. Seu artigo foi muito forte e abalou em todos os sentidos a cidade.

Mônica escancarou para o Brasil toda a imoralidade de uma pessoa que se utilizou da lei que é para proteger os filhos de pais,  irresponsáveis que não querem realmente pagar pensão. A lei  ainda é utilizada  como arma de vingança por mulheres que fazem  isto  para agredir o ex, que um dia ela disse amar. Isso foi um divisor de águas na vida pessoal e acima de tudo profissional da jornalista e mulher Mônica.

A partir deste ponto as pessoas começaram a olhar para ela com outros olhos, claro muitos para apontar e julgar, mas também para aplaudir e valorizar sua atitude.

Sua metralhadora que estava reservada para poucos começou a ser usada para revelar sua indignação em outras áreas. Ela comenta:  “não existe imprensa livre ou empresa de comunicação livre, pois todas têm donos e linha editorial a seguir, porém sempre procuro falar o que acho justo e uso hoje o meu espaço para fazer um jornalismo de cidadania e procuro respeitar o meu patrão”.

Quer provocar Mônica para falar mesmo é tocar no assunto relacionamento, homens e casamento. Ela solta o verbo mesmo. Autora do livro “Sexo para maiores de 18(cm)”, ela expõem seus pensamentos, experiências e situações vividas. E faz um comentário muito engraçado. “Os homens estão com medo de mim, pois acham que no dia seguinte vão virar artigo ou capitulo de livro”.

Eu pergunto se ela pensa em casar novamente? “Não penso nisso e não estou aberta para tal coisa”. Quem lê isso pode achar que ela é frustrada ou tem algum problema com os homens, mas conversando com ela percebi muito bem que não é nada disso.

Num outro comentário ela deixa bem claro: “Não vejo diferença entre uma prostituta que cobra para fazer sexo de uma mulher que mantém uma relação de fachada para manter seu sustento ou posição”. Chocou? Leia o livro!

Na verdade ela não tem nada contra homens e casamento. O que ela acredita que a relação do tipo: isso eu não faço com a mãe dos meus filhos, porém na rua paga para fazer, ou do estilo: ele apronta mas, não deixa faltar nada em casa, entre outras coisas. Para ela é uma tremenda hipocrisia e um casamento de fachada.

Este negócio de homem procurar mulher para ser sua outra mãe ou uma boa dona de casa que vai manter sua comida pronta e roupa em dia não é para ela. Uma relação deve ser maior que estes atos primários e básicos. Não precisam casar como se diz de papel passado para isso acontecer. Nada do que uma boa funcionária que possa cumprir estes serviços. Importante deixar claro, nas férias da sua empregada ela faz trabalhos de casa normalmente.

Ela é prática, para ela este negócio de príncipe encantado não existe e se alguém pensa assim, ela respeita, mas não venham impor para ela que isto é o ideal de vida que vai ouvir.

Procura educar seus filhos de forma objetiva, liberal e até agora ela vem conseguindo sucesso na criação como ela mesma falou.

Fala sobre tudo com eles e principalmente com suas filhas.  De sexo, drogas, camisinha, namorados e outros temas que para muitos pais podem ser um tabu ela trata com naturalidade. E completa  “Se o namorado da minha filha quiser dormir na minha casa eu deixo”.

Ela disse que o motivo da sua separação foi a violência que houve pelo seu ex-marido, o mesmo que ela fez o artigo e foi lavar sua cela e banheiro para dar mais dignidade para ele.

Mas, algo me chamou atenção e me fez respeitar muito mais está mulher. Ela reconhece hoje, que a violência dele, ela detesta  todas as formas,  poderia ser algum transtorno e que pode ser tratável. Tem total gratidão por ele, é amiga e mantém contato diário para conversar sobre as filhas e que antes de terminar tudo e se divorciar tentou várias vezes manter a relação.

Uma mulher que tem 3 filhos, uma de 18 anos Ludmilla que faz psicologia, outra de 17 Rafaella que passou para engenharia civil e Matheus com 6 anos, foi casada 10 anos, lutou pelo seu marido quando foi preso, saiu com dignidade do casamento. Pode ser rotulada de frustrada ou que foi ou é mal amada?Fica a pergunta para você responder.

Depois que terminamos a entrevista começamos a falar de problemas comuns. Uma coisa que já tinha aprendido e que ela também aprendeu é que não há necessidade de representar mais um papel para ser aceito pelos outros. Ela não precisa ser aceita pelo carro que tem ou pelo cargo que assumiu,  pois ela tem ao lado dela  pessoas que gostam realmente da Mônica pelo que ela é e tem no momento. Vive o momento e isso basta.

Mônica poderia fazer o tipo bem casada, dos padrões hipócritas que ela mesmo define, e arrumar um bom emprego de esposa, fazendo figuração como acompanhante. É uma mulher bonita, culta e agregaria valor ao homem que conseguiu ter alguma coisa na vida e precisa disto para mostrar em forma o seu sucesso. Quantos não fazem isso? Mas, ela prefere sua independência total, a pior da dependência: a moral, aquela que torna o ser humano  um objeto decorativo de uma relação falsa.

Mônica pode ser tudo que os outros quiserem falar. Tudo isso por quê? Ela tem talento e personalidade para se expor na vitrine. Só se coloca na vitrine quem tem capacidade para se mostrar, beleza e tem que ser coisa boa para mostrar, pois é na vitrine que ficam os melhores  para atrair o público e que realmente fazem acontecer. 

Termino meu texto com duas frases do Luiz Fernando Veríssimo um autor que ela adora: “Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.” E a outra “Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.” Ela não tem medo de ser ela mesma e isso ninguém pode tirar dela.

 

Pensamentos de Mônica Moreira Lima

O jornalismoTem que ser de cidadania e é o que faço.

Melhor criaçãoMeus filhos

VocaçãoPara ser mãe

Tempo livreYoga, ler e dançar

Na sua bolsaTem que ter camisinha, chocolate e dinheiro

SignoTouro

SaudadeDa minha sobrinha Stephanie que morreu com 12 anos,

Seu trabalhoNão tem rotina e cada dia tem algo novo

Não esqueçoMinha experiência na natação com o professor Gilson Nina

Outra profissãoSeria psicóloga

Eu fico tristeCom o imponderável. Com coisas que acontecem e que nada é possível fazer. Mesmo que você tenha muito dinheiro.

Uma mão para vocêRômulo Barbosa, Marco Antonio Vieira da Silva e Manoel Ribeiro

Mônica por Mônica Mulher a frente do seu tempo e sem medo de ser feliz