Foto Digital com Luciano Nóvoa

Publicado em 2013 atualizado em 17 de junho de 2019

“Posso até endurecer, mas perder a ternura jamais”, Che Guevara.

Muitas vezes essa frase já foi dita e a até ficou meio batida, porém só com essa consegui iniciar este texto falando do nosso Foto Digital desta semana. Um jovem de 34 anos, que passou de criança, pulando a adolescência indo direto a fase adulta adquirindo de forma trágica uma maturidade  repentina para se tornar homem aos 14 anos de idade. Luciano Nóvoa, um dos mais jovens e promissor  profissional do mercado de automóveis e que vem fazendo sua carreira no Grupo Duvel como gerente comercial de Seminovos é o nosso perfil desta semana.

Posso até endurecer: O ano era 1988, o mês julho e o dia 7 a partir desta data, a vida do garoto Luciano começaria a mudar. A morte pré-matura do seu pai, Luiz Mário Camizão, aos 34 anos, a idade que ele tem hoje, transforma a cabeça de um jovem, de alguma forma cria uma proteção e acaba endurecendo os sentimentos. Isso obrigou Luciano começar a trabalhar aos 14 anos de idade, buscou no avô a referência paterna que havia perdido. Passou de alguma forma a ser o homem da família, o apoio para mãe e dos irmãos. Tinha tudo para ser um homem amargo e triste, endureceu? Talvez sim, a dose certa que deu o senso de responsabilidade necessária para se tornar o homem que é. Em nenhum momento fez do seu drama uma ferramenta para se sentir superior, pois pode até parecer estranho, mas existem pessoas que fazem do seu problema algo de grande importância e passam a vida achando-se vítima da vida.

Luciano é uma pessoa extremamente comunicativa, mas não no primeiro contato, ele precisa de alguns minutos para ficar a vontade. Muito brincalhão com quem já adquiriu intimidade, mas também não precisa de muito tempo para conseguir isso, por trás dos óculos, do corte de cabelo certinho que passa um ar de bom moço, existe um tremendo moleque. Preste atenção neste caso que é engraçado. Foi quando ele vendeu um Ranger cabine simples, para 5 chineses, que não falavam português e nem inglês, o negócio foi através de números e gestos. Venda fechada eles pediram para Luciano levá-los ao hotel na Ranger que cabe muito apertado 3 pessoas. Ninguém queria ir na caçamba. Imagina a cena: Luciano dirigindo e 5 chineses dentro de um Ranger cabine simples. Era chinês grudado no vidro e ele comenta rindo “era uma gritaria total que o guarda pensou em multar, mas tal o meu estado que ele teve foi pena de mim”.

Seu avô, Onildo Nóvoa, foi a sua grande base moral e o professor de negócios, que deu o primeiro emprego no armarinho dele e lá  aprendeu a arte de negociar, nada melhor que um comércio para tal. Na loja soube o que é dar um atendimento diferenciado, saber dizer sim e não na hora certa, dar crédito as pessoas e também fazer o filtro necessário para não entrar no negócio furado. Sua formação acadêmica é na área da economia, é isso mesmo, Luciano Nóvoa é um economista e um amante da Filosofia, vive entre números, carros e filósofos.

Entrou no mercado de carro  como que por acaso, foi buscar um emprego no Banco Ford, mas como ainda estava no 4º período do curso de economia não podia ficar, porém como o seu currículo era muito bom ele foi indicado para trabalhar na Ford Duvel. E assim, o acaso apronta para ele, será que aprontou? Em 1997, ele começa a trabalhar na Duvel Veículos e inicia na área que seu falecido pai estava trabalhando quando morreu: venda de carros e até hoje continua terminando o que o pai iniciou. Acaso? Não sei.

Perder a ternura jamais. Algo que  marcou a carreira deste profissional aconteceu há pouco tempo. Ele fechou uma venda de um carro, para um vendedor de bombom, aqueles que vendem balas em pontos de ônibus. Emocionado falou.  “Ele juntou durante 6 anos o dinheiro e veio pagar à vista o carro”. Luciano é casado com a administradora de empresas Rita de Cássia Alhadef, tem duas filhas, Luana de 9 anos e Juliana de 5 anos. Luana ainda na barriga da mãe sentia quando o pai estava chegando e falando ela mexia muito. Luciano comenta: “logo nos primeiros dias em casa, ela não queria dormir e estava muito agitada, foi só eu colocar ela no meu peito, começar a falar e ela com meu dedo apertado na sua mão ficou calma e dormiu tranquilamente”. Perdeu a ternura? Jamais.

O lado esportista de Luciano foi uma grande novidade para mim. Um dia cheguei à loja da Duvel no Centro e olho duas muletas perto da mesa dele e fiquei sem entender nada: ele havia se acidentado e estava todo quebrado, disse que ali ele parava com sua outra paixão que é a moto. Mesmo eu não acreditando em Papai Noel, acreditei no que ele disse. Papo furado, Luciano voltou com força total. Duas semanas passadas ele ficou em segundo lugar no Enduro do Leste de Caxias, ele pratica enduro de regularidade na categoria motos. Já participou de diversas competições: Piocerá do Piauí ao Ceará, Cerapió, que vai do Ceará até o Piauí, Enduro do Agreste e no dia 28 de Junho vai participar do Enduro da Cidade em Teresina.

Este jeito de bom moço é só na aparência, ele é uma fera, mas coloca a sua fúria nas competições, a garra no trabalho e o amor na sua família e amigos. Luciano tem 34 anos, mas sua história de homem começou com 14 anos. Tinha tudo para ser totalmente endurecido pela vida, mas procurou no apoio da família o ponto de equilíbrio entre endurecer e ficar endurecido para sempre, e endureceu no ponto certo, mas acima de tudo teve a ternura necessária e enfrentou a vida que apenas iniciava para este jovem homem; em que cedo aprendeu a fazer da sua vida uma bela limonada, mas movida aos roncos dos carros, das suas aventuras com as suas motos, mas em primeiro lugar pelo amor que tem pela sua família.

Uma venda com Luciano Nóvoa

Nome Completo? Luciano Roberto Martins de Nóvoa.

Dia e mês que nasceu? 22 de agosto.

Signo? Leão.

Cidade que nasceu? São Luís no Maranhão.

Quando começou a trabalhar? Com 14 anos.

Onde começou a trabalhar? No armarinho do meu avô Onildo Nóvoa.

Como entrou no mercado de carro? Por acaso, fui procurar um emprego no Banco Ford e acabei sendo indicado para vendas na Duvel Veículos.

Quando descobriu que era isso mesmo que queria fazer?

Quando vendi o meu primeiro carro.

Já pensou em desistir do ramo? Nunca.

O que faz nas horas livres? Fico com a minha família em primeiro lugar, mas quando consigo um tempo pratico o esporte que amo que é enduro de regularidade com motos.

Onde deseja chegar com a profissão? No máximo que ela puder me proporcionar.

O que não pode faltar no seu carro? Meu case de CDs. Case é chique risos

Pessoas importantes para você?Minha esposa Rita e minha mãe Maria da Conceição.

O que representa a sua família para você? A minha razão e o porquê de tudo na minha vida.

Seu grande amor? Minha esposa Rita.

Suas filhas? Meus anjos, Juliana e Luana.

Saudade de alguém? Meus avós, Onildo e Maria Luiza.

Do que se arrepende profissionalmente? Nada

O que nunca esquece? Nascimento da minha filha Luana.

Já se arrependeu de ter comprado um carro? Mesmo conhecendo do mercado temos sempre um espaço para aprender coisas novas. Comprei um esportivo na internet e o carro estava péssimo quando olhei pessoalmente.

O 1º carro vendido a gente nunca esquece? Nunca, Fiesta, duas portas, cor vermelha, para um médico veterinário, num sábado, 8 horas, do dia 12 de abril de 1997. Ufa! risos

O 1º carro comprado a gente nunca esquece? Também, um Fiesta 1998

Um bom carro seminovo é aquele que…? Deixa o cliente feliz.

Uma boa loja de seminovos é aquela que…? Oferece qualidade, transparência, não impõem nada e cria opções.

Um bom vendedor é aquele que…? Vende um carro que ele compraria.

Um mico que já cometeu nas vendas? Passei o tempo todo vendendo um carro para um radialista e sempre falava o nome de outro radialista em vez do dele, (risos).

Uma alegria no trabalho? Uma venda de um Fiesta para um ambulante que vende bombom.

O que nunca beberia? Coca-Cola quente.

O que nunca comeria? Sarapatel.

O que é o passado? Lições boas e más que trago para o presente.

O que é o presente? Oportunidade para mostrar meu trabalho

O que é o futuro? A Deus pertence.

Caso não fosse da área de vendas de automóvel o que seria? Professor.

O que mais marcou sua carreira até agora? Poder fazer carreira no Grupo Duvel.

O que deixa o Luciano triste?

Deslealdade profissional.

Quem deu a primeira mão para o Luciano? A Duvel.